Foto: Patrícia Caetano Conversávamos sobre tudo, o tempo, as árvores, a vida. Eu, especialista em nada, ele, dado a normalidades. Eu via o horizonte e versejava. Ele via o rio e nadava. Éramos unha e carne. Eu sonhava em expandir as ideias, ele em diminuir possibilidades. Eu me via na lua, nas estrelas, ele na terra, no ar... na fonte. Até que súbito veio o silêncio e mudou o que era UNO. Passamos a ver os opostos, nos tornamos peritos em distâncias e o nada tornou-se profundo. Assim, silêncio e nada causaram impacto, somaram-se para vazio. E o que antes era tudo, transformou-se em evidências. E assim as evidências, como duas inimigas, avistaram a encruzilhada, tomaram caminhos distintos.