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Mostrando postagens de 2011
"Se aquilo me faz sofrer, eu escrevo." Rubem Alves Foto: Patrícia Caetano

Dia

Foto: Patrícia Caetano Mesmo sem palavras, ele fala. Mostra-se nas rugas aparentes e solitárias. Revela-se no horizonte de sua jornada e vive, mesmo sem saber que o dia já se pôs.

A primavera chegou

Foto: Patrícia Caetano Hoje foi um dia daqueles! Um daqueles dias em que você pede para não terminar, em que sonha em prolongar por toda vida. Foi um dia florido, em que cada pétala era a parte de uma orquestra alegre e espontânea. Foi um dia repleto de ternura. Mas não foram flores que coloriram e perfumaram o meu dia, e sim, pessoas... Foram pessoas que tornaram minha felicidade possível. Pessoas fazem milagres.

Efêmeras são as pessoas

O dia cinza nada mais era um pretexto para se encaixotar. A vida parada lhe dava sentido. O som baixinho, sussurro que lhe acalmava, mas não resolvia o problema de que a vida é uma farsa. Percebeu isso e pôs-se a chorar como criança. Disseram que o amor não é um sentimento completo.         Jamais queria ouvir essa frase, era uma pancada em seus ouvidos. Se a única coisa em que acreditava era no amor escutar tudo isso era como enfrentar o fim de uma vida. É como dizer a um religioso que Deus não existe. É como ver uma ave no céu e não crer na sua existência, É como ouvir a mais bela canção e não admirá-la. É como ouvir um violino e não se apaixonar por seu lamento; É como viver e não sentir; É como não saber admirar uma flor em sua plenitude. Se efêmero é o amor, Seria ela a mais falsa de todas as falsidades da terra; Se o amor não é Tudo, Seria menos ainda sem ele; Se o amor não é pleno, preferia entregar-se à terra a viver nesse mundo de n

Notícia de jornal

Debruçou-se no parapeito do prédio lenta e vagarosamente. Abriu os braços, sentiu o vento soprar seu rosto e seus cabelos. Olhou por um instante o movimento dos carros e as luzes da cidade. Como era bonito visto lá de cima! Suspirou fundo e num impulso se atirou da cobertura de um dos mais belos edifícios do lugar. Durante o dia, apenas o olhar vazio denunciava alguma tristeza, mas nada que pudessem levar a sério, era rotina ter a melancolia por companhia. Levantou-se, tomou chá como de costume, e como sempre não ficou sabendo dos últimos acontecimentos, as manchetes de jornais definitivamente não atraiam sua atenção. Apenas ouvia música. A música sim era sua amiga, tudo girava em torno da melodia, isso bastava. Tê-la por perto a fazia amar ainda mais a vida, ainda mais a beleza das coisas e tudo ficava bem. -Quem dera- disse um dia, todos pudessem contemplar uma canção como ela, e pudessem senti-la como sentimos o vento, e pudessem amá-la como se ama a natureza e, fizessem dela c

Silêncio das rosas

Ninguém soube ao certo como se dera o ocorrido. Encontraram-na deitada sobre o leito, como quem dormia. A face rosada, a camisola cheirando a amaciante, os cabelos soltos e brilhantes, nem parecia morta. No rosto a notícia de que cumprira seu dever: viveu e amou. Ergueram-na com cuidado, talvez com medo de violar seu descanso tão esperado, mal conversavam no cômodo. Apenas Sussurravam: _Que pena! Tão nova! Era em vida um misto de alegria e tristeza, era a oposição em si mesma. Mas vivia, construía castelos de sonhos, ia pra onde quisesse apenas com o pensamento e, era ao mesmo tempo, o extremo da dor e da felicidade. Deixou-se abater pelo tempo e entregou-se de vez a melancolia. Partiu como partem as rosas, em silêncio, mas deixou perfume nas mãos de quem amou.

Nota final

Cada nota, um incentivo de por fim ao pesadelo. Deitada em sua cama desarrumada, ouvindo Beethoven, refletia sobre a dor, e constatava que era em si uma soma de sensações, medo, ansiedade, insegurança... O computador ligado, e-mail, trabalhos por fazer, a roupa esperando pra ser torcida, o estômago vazio. Era um dia nublado, dos que mais a instigava a escrever, a sonhar, a ser somente ela e nada mais. Dias em que podia fazer o que mais gostava, pensar. O criado mudo, recheado de livros por ler, a vida tentava seguir e ela não. O que desejava era parar, sempre parar, para ela era preciso descansar o pensamento, senão se perdia. Mas hoje não era um daqueles dias, enquanto o ventilador se fazia de chuva, ela se fazia de forte. Ficou imaginando quem a encontraria em sono profundo e a tocaria primeiro, quem a conduziria porta afora, quem choraria acariciando seus cabelos, afagando suas mãos nuas? Seria um dia só dela, flores, cheiros evitados em vida, gente saudosa amando e contand

Minha alma fala.

Não sei porque insiste a minha alma em falar mais que a razão. Confunde-me as ideias, atrapalha-me a vida. Quem dera a meus olhos o sol fosse, somente o sol. Ver a lua tal como um astro luminoso e nada mais. Compreender a chuva como gotas a fecundar o solo, perceber a noite e o dia como um processo e ser apenas quem passa por eles. Mas tal qual um cão raivoso a alma levanta sua espada e impede tais pensamentos. Refém, meu grito ecoa pelo universo: O sol é dono dos dias, sem ele não há claridade, é rei vestido de ouro! A lua é moça solteira tentando chamar atenção. Quando chove, vejo lágrimas a escorrer pela pálida face da nuvem  e comovida choro junto. O dia e a noite são filhos da vida e passeio por eles como quem passeia num bosque. Ao deitar, sussurra em mim como quem reza, a alma. Guardo seus segredos como quem protege o mais valioso tesouro. Minha alma fala e me convence. Minha alma fala e quero fugir, mas como posso fugir de mim?

E se a vida te der muitos limões?

A leitura do livro “Se a vida te der um limão...”, nos proporciona a compreensão de que sempre receberemos limões, pois ninguém cresce, amadurece somente na doçura. Já dizia Drummond, “tinha uma pedra no meio do caminho”. As pedras estão lá, cabe a nós usarmos nossa capacidade de superação ou simplesmente estagnarmos frente a um obstáculo. Somos feitos, moldados de acordo com o que acontece ao longo de nossas vidas e nela tudo tem dois lados, o azedo e o doce, o bom e o mau, o chato e o legal, o que precisamos é descobrir um jeito de transformar o lado azedo que aparece em algo doce. O livro nos leva a perceber durante o processo de transformação que o doce nem sempre é tão doce assim, e o azedo, as vezes nem é tão ruim. Isso só é possível por meio de reflexões, conversa com o “eu”. Ou seja aprender é o significado da vida e os limões estão aí para nos ensinar e não punir. Claro, tem horas que parece que o mundo desabou, que tudo dá errado e que não há saída, mas veja bem, que gr

Deixe-se tocar

A música é um canto solene ao pé do ouvido, é marcha precisa no silencio da tarde bailando num bosque sem nada a buscar. música é água esculpindo na pedra, seus segredos... é quando a árvore deixa-se banhar pela chuva e depois se estende a secar pelo sol, livre.

Antissocial

Por um tempo acreditava que antissocial era aquela pessoa, falando claramente, que não se enturmava, hoje pensando um pouco mais a respeito, cheguei a conclusão que o antissocial é aquele que não sabe se socializar, explico: Existe uma parcela da população que simplesmente opta por estar sozinho, gosta da solidão, sente-se bem, mas que nas poucas vezes em que aparece em público sabe se portar, e existe uma grande parte de supostamente sociáveis que simplesmente não sabem se comportar diante dos outros: jogam lixo na rua, brigam no trânsito, avançam o sinal vermelho e querem a todo custo que os respeitem. Esse é o verdadeiro antissocial, fuma ao seu lado sem se importar com a fumaça do cigarro indo em sua direção, vai ao banheiro público e não dá descarga, fala ao celular enquanto dirige e acha que cinto de segurança é adorno de carro. Convenhamos este é muito mais antissocial do que aquele que, educado mas recluso, prefere sua solidão a convivência com os ditos sociáveis de plant

Queria

Foto: Patrícia Caetano   Queria escrever no tempo deixar gravada no silêncio.. minha voz. Eu queria flutuar no vento contar as plumas que voam, sair correndo na areia como um animal livre. Queria ouvir Mozart e sonhar sem limite. Queria dizer que te amo em cada instante do dia ou deixar que as folhas das árvores sussurrassem em seu ouvido palavras mais doces. Queria alcançar o infinito, chorar em seu ombro todas as dores da vida. Queria compreender as nuvens e constatar que o limite da vida não é a morte.

Cinza

Foto: Patrícia Caetano Como o vento que arrasta para longe as folhas caídas, como a fala que silencia quando algo surpreende, assim se foi a criança que existia em mim. Hoje chove quase todo dia e por tanta água que cai, não há lugar ou espaço para fazer renascer aquela infância esquecida.

Em mim

As luzes ofuscam meus olhos a escuridão é minha amiga e deixa tudo em seu lugar parece cômodo viver assim? Não é! E digo que gostaria as vezes de conhecer a vida além dos muros de minha alma mas o mundo em que vivo me fez prisioneira e só.

Deseje!

Hoje preciso ser mais e melhor que ontem, preciso acordar e redescobrir o mundo e... VIVER. Preciso parar de chorar por coisas insignificantes que não me tornarão melhor , isso me faz lembrar de um trecho da canção do U2,“você está melhor agora que tem alguém para culpar?”, e me pergunto se tudo isso faz sentido enquanto a vida simplesmente está passando, cada vez mais rápido. Será que nosso egoísmo não nos faz perder as melhores coisas que existem? Será que reguei aquela flor o suficiente para que não secasse, ou será que a inundei com tanta água? Quanto tempo faz que não expresso um sorriso se quer pra quem quer que seja? Ao invés de nos preocuparmos com o que temos, cuidamos apenas em desejar as coisas, somos superficiais! Então, temos que mudar nossa mente, e pode ser hoje, a partir de hoje, deseje, deseje muito, mas deseje um sorriso sincero, um tocar de mãos sincero, um abraço verdadeiro e um pouco de compreensão. Deseje ter um pouco de café pra tomar com o melhor amigo, u

Consumismo

          Quantas vezes compramos objetos só pelo gosto de ter algo a mais em casa? Muitas vezes não é mesmo? Essa atitude a princípio inocente, está provocando no mundo uma grande transformação. Quando os produtos deixam de ser usados porque simplesmente saem de moda ou não nos servem mais, temos que desfazer deles. Pense um pouco: para onde vai tudo que jogamos fora? Para os aterros sanitários, muito bem, acontece que os aterros não suportam mais receber tanto lixo produzido. Poderíamos reciclar, sim porém, a coleta seletiva não está vencendo a demanda. Portanto é importante e fundamental que nossos hábitos mudem, somos capazes de dizer não ao consumo exagerado, ao desperdício, ao conformismo, nosso planeta pode melhorar ainda mais se pararmos para refletir e agir em favor dele. De nada adianta sentarmos na frente da TV e nos indignarmos com tragédias fora do país se não nos preocuparmos com nossas tragédias interiores. Todos os dias produzimos toneladas de lixo que poderiam se