Estampada na face melancólica da garota, estava a angústia. Pousou silenciosa em meados da infância, lá permaneceu e, imponente fez morada. Às vezes inquieta, outras silenciosa mas sempre intacta como uma rocha. A garota se acostumou a ter por sombra essa presença, que não era amiga, mas que às vezes a ajudava na busca incessante da auto compreensão. Um dia resolveu chamá-la de monstro, pois que era tudo de pior em sua mente, mas o tempo passou e sua impressão a respeito da “sombra” foi-se mudando, passou a entendê-la e não julgá-la como antes. Essa tentativa fora em vão, não podia enfrentar a humanidade com a angústia estampada na cara. Esse ser superior que habita sua alma viveria eternamente? Seria ela dona irrefutável de suas atitudes? Não sabia. Certa vez tomada pela fúria, a menina num impulso revoltado decidiu encarar sua companheira. Frente ao espelho disse-lhe coisas horrendas, que jamais falaria a uma pessoa, que jamais diria a qualquer ser, mas que naquele instante te
Literatura, poesia, contos