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Mostrando postagens de 2013

Errante

Foto: Patrícia Caetano Onde você estava quando meus olhos  não conseguiam se fechar com medo do escuro? Eu era apenas uma criança medrosa, hoje sou um adulto medroso. Por onde você tem andado ultimamente que meus sentidos não podem te alcançar? A distância impede qualquer afeto. Como pode mesmo sem ninho, um pássaro sobreviver?

Saudade

                     Foto: Patrícia Caetano                                                   Sinto saudade do perfume das flores que brotavam silenciosamente e exuberante naquela manhã. Sinto saudade do verde da grama iluminada pelo sol e, de quando faceira me convidava a correr sem rumo, livre. Sinto saudade da folha amarelada caindo lentamente dos galhos das árvores altaneiras da cidade. Sinto saudade do chão forrado de folhas que guiavam meus passos naquela tarde fresca, calma. Sinto saudade das horas mais lentas, batidas tranquilas de um relógio pendurado. Sinto saudade da lareira projetando as sombras dos presentes na parede. Sinto saudade do tapete acolhedor na sala de estar e da neve flutuando no espelho do meu olhar que, fixo pressentia a saudade que teria do lar.

Meu mundo

Já conhece e participou da pesquisa “MEU Mundo” – MY World– realizada pela ONU Brasil? A pesquisa quer saber sua opinião sobre o mundo que você e sua família desejam e os resultados serão compartilhados com os líderes mundiais que definirão a agenda de desenvolvimento global pós-2015. Para participar… …basta acessar o site da pesquisa e dar sua opinião para a construção de um mundo melhor. Clique aqui e opine:  www.myworld2015.org/?lang=pr  

Agregada em mim

Acordo e aos poucos preciso tomar posse novamente de mim. Difícil tarefa essa de ser e ao mesmo tempo sentir que não é. Sou estrangeira de mim, visitante ilustre que mal sabe por que chegou, espera um estalo, um baque que me levará de volta pra onde nem se quer sei. Hóspede inquieto, passageiro ansioso num mundo desconhecido e vil. Infância alheia ao mundo, sentimentos escondidos na certeza de que não compreenderiam. Vejo a humanidade se esvaindo e tento não me corromper, mas como não se corromper se a aceitação perpassa pela prática idêntica ao demais? Usei outra face outrora, joguei-me na turba infame, calei-me diante da massa, que povo é esse que destrói a própria morada? Mas minha essência não pôde compactuar com minha necessidade de adaptação, voltou a ser o que era, e novamente estrangeira, ofuscou-se a estrela, tornou-se obscura. Resultam assim, numa confusão mental, o antigo e o moderno atropelam minha existência, pensar que devo cumprir minha desconhecida sina,

Ipês

Foto: Patrícia Caetano A primavera mal chegou e já se vai Se deixa levar pelo vento, Tornado de flores coloridas Enfeitam a cidade dos ipês. E eu que esperei o ano todo Pra ver essa árvore florir, Deixei que o vento levasse também Minha saudade enternecida.