Acordo e aos poucos preciso tomar posse novamente de mim. Difícil tarefa essa de ser e ao mesmo tempo sentir que não é. Sou estrangeira de mim, visitante ilustre que mal sabe por que chegou, espera um estalo, um baque que me levará de volta pra onde nem se quer sei. Hóspede inquieto, passageiro ansioso num mundo desconhecido e vil. Infância alheia ao mundo, sentimentos escondidos na certeza de que não compreenderiam. Vejo a humanidade se esvaindo e tento não me corromper, mas como não se corromper se a aceitação perpassa pela prática idêntica ao demais? Usei outra face outrora, joguei-me na turba infame, calei-me diante da massa, que povo é esse que destrói a própria morada? Mas minha essência não pôde compactuar com minha necessidade de adaptação, voltou a ser o que era, e novamente estrangeira, ofuscou-se a estrela, tornou-se obscura. Resultam assim, numa confusão mental, o antigo e o moderno atropelam minha existência, pensar que devo cumprir minha desconhecida sina,