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Mostrando postagens de 2012

Palavras ao vento

A palavra lançada ao vento, multiplicou. Assustado voltou ao local com sua caixinha na esperança de recolher a origem do que fora dito. Por todos os lados ecoavam sílabas, letras e tristeza. Nem um tufão poderia varrer pra longe tudo que fora jogado. Arrependido converteu-se em Perdão, e juntou-se às letras no vento. Óleo sobre tela: Patrícia Caetano

Angústia

Estampada na face melancólica da garota, estava a angústia. Pousou silenciosa em meados da infância, lá permaneceu e, imponente fez morada. Às vezes inquieta, outras silenciosa mas sempre intacta como uma rocha. A garota se acostumou a ter por sombra essa presença, que não era amiga, mas que às vezes a ajudava na busca incessante da auto compreensão. Um dia resolveu chamá-la de monstro, pois que era tudo de pior em sua mente, mas o tempo passou e sua impressão a respeito da “sombra” foi-se mudando, passou a entendê-la e não julgá-la como antes. Essa tentativa fora em vão, não podia enfrentar a humanidade com a angústia estampada na cara. Esse ser superior que habita sua alma viveria eternamente? Seria ela dona irrefutável de suas atitudes? Não sabia. Certa vez tomada pela fúria, a menina num impulso revoltado decidiu encarar sua companheira. Frente ao espelho disse-lhe coisas horrendas, que jamais falaria a uma pessoa, que jamais diria a qualquer ser, mas que naquele instante te

Janelas azuis

Quando criança, o subir e descer das árvores, davam a impressão de que o mundo estava intacto, como se nada fosse capaz de alterar as coisas. Aquele pé de goiaba sempre estaria ali, aquela casa velha, quase caindo sempre estaria “quase caindo”. Era uma casinha com portas e janelas de madeira pintadas de um azul antigo, convidativo, mas ninguém ousava chegar perto das frestas, pois na simpática casinha morava uma senhora nem tão amiga assim. A velha, como costumávamos chamar era a doida da rua, ficava horas tagarelando ofensas aos vizinhos. Os iluminados capazes de compreender sua língua em algum momento, diziam que ela se queixava dos intrusos que outrora roubaram seu terreno. Para comprovar sua audácia e sua certeza de que praticamente toda a rua lhe pertencia, bastava um descuidado largar o portão aberto, era invasão na certa. Entrava falante como se fosse dona do pedaço. Sem freios ia falando e apontando pra tudo que é lado. Cada porta aberta era prontamente tomada e tida como

Limite humano

Parte deste vídeo foi produzido por Pedro Rios e a outra parte pela rede Record. Editado por: Patrícia Caetano       Em primeiro lugar a poesia descreve o horror da "desocupação", engraçado digitar essa palavra tão permissiva, quando o fato em si nada teve de pacífico. Depois um jornalista de uma emissora conhecida, se emociona ao encontrar um garotinho com o olhar perdido e em seguida Pedro Rios revoltado com uma equipe de tv filmando apenas os donativos recebidos, fala umas poucas palavras, mas que a maioria dos brasileiros gostariam de dizer ao governo.