Ninguém soube ao certo como se dera o ocorrido. Encontraram-na deitada sobre o leito, como quem dormia. A face rosada, a camisola cheirando a amaciante, os cabelos soltos e brilhantes, nem parecia morta. No rosto a notícia de que cumprira seu dever: viveu e amou. Ergueram-na com cuidado, talvez com medo de violar seu descanso tão esperado, mal conversavam no cômodo. Apenas Sussurravam: _Que pena! Tão nova! Era em vida um misto de alegria e tristeza, era a oposição em si mesma. Mas vivia, construía castelos de sonhos, ia pra onde quisesse apenas com o pensamento e, era ao mesmo tempo, o extremo da dor e da felicidade. Deixou-se abater pelo tempo e entregou-se de vez a melancolia. Partiu como partem as rosas, em silêncio, mas deixou perfume nas mãos de quem amou.
Literatura, poesia, contos